Esclarecimento sobre as atividades a distância


Prezadas alunas e prezados alunos do Guerreiro. Criamos esta página para que, mesmo afastados da escola para reduzir as possibilidades de contágio pelo Coronavírus (COVID-19), vocês possam realizar atividades que os mantenham ligados às atividades escolares, evitando prejuízos ainda maiores.


Ao longo dos dias em que as aulas estarão suspensas, serão postadas tarefas para que vocês possam realizar, no caderno ou em folhas, e trazerem quando as aulas voltarem. As atividades são dirigidas aos diferentes ano-ciclos, e podem ser identificadas na parte de baixo de cada postagem. Utilize o mecanismo de busca (na parte de cima do blog) para encontrar e acessar as atividades de sua turma ou vá direto à página da sua turma.
A partir de 6 de julho, as atividades para C10, C20 e C30, postadas no Córtex, estarão disponíveis, também, na página de cada ano ciclo e nos grupos de WhastApp.
ATENÇÃO: A semana de 24 a 28 de agosto está destinada à REVISÃO DAS ATIVIDADES JÁ POSTADAS. Aproveite para colocá-las em dia.
A partir de 21 de setembro (segunda-feira), as tarefas remotas estarão disponíveis pelo aplicativo Alunopoa. Lembramos que o acesso às atividades pelo aplicativo é GRATUITO. CLIQUE AQUI para baixar o aplicativo.




segunda-feira, 18 de maio de 2020

Atividade de Geografia T61. Prof. Samuel

ANALFABETISMO

Vimos na atividade anterior algumas informações sobre a taxa de alfabetização, aqui e no resto do mundo. Mas não tratamos diretamente sobre o analfabetismo nem sobre as dificuldades de quem vive com essa condição. No Brasil, são mais de 13 milhões de pessoas que não entendem a linguagem escrita.
Leia abaixo uma reportagem do jornal Diário Gaúcho sobre isso:

DG acompanha as dificuldades da rotina de uma analfabeta


Moradora de Viamão tem problemas até para ir ao súper e para pegar ônibus

Personagens desta reportagem, Maria de Lurdes dos Santos Souza e Ketlin Stefani Dias Quadros comprarão e guardarão a edição de hoje do Diário Gaúcho, mas pouco farão além de admirar as suas fotografias. Maria e Ketlin são analfabetas, e fazem parte do grupo de 13,2 milhões de brasileiros (destes, 408 mil gaúchos) nesta situação. O contingente de analfabetos é composto, principalmente, por pessoas mais velhas, que não tiveram escolaridade no passado.
Os desafios de Maria de Lurdes
A dona de casa Maria de Lurdes dos Santos Souza, 55 anos, moradora do Bairro Santa Cecília, em Viamão, começou ainda criança a cuidar dos 11 irmãos. Aos 14 anos, já trabalhava em casas de família. Tanta labuta a afastou das salas de aula.
O Diário Gaúcho deu um passeio com Maria para mostrar as limitações de quem vive sem entender a lógica das letras do alfabeto.
Maria passa pelos cartazes de promoção em frente ao supermercado sem nem mover o rosto. 

Entra e já vai procurando quem sempre a ajuda a escolher a carne na bandeja. Para se sentir mais segura, pede auxílio para as mesmas pessoas, até porque os números também são um universo pouco explorado por ela.
Maria diz que, nesses casos, consegue identificar só valores "pequenos" com apenas um número antes da vírgula. Como a carne é mais cara, precisa de auxílio.
– Quero uma agulha que não seja muito dura – diz ao atendente.
A embalagem facilita a identificação do pão que compra para o marido. A fruteira é o setor no qual mais se sente à vontade:
– Rúcula, conheço pela planta e porque começa com R e U. Meu neto que me ensinou a relacionar essas duas letras.
Perdida no posto
Com consulta marcada para dali a dois dias, Maria foi buscar um raio-X no Pronto-Atendimento de Viamão. No prédio cheio de palavras escritas nas portas, ela admitiu o quanto é estranho não saber para onde ir:
– É confuso não entender o que está escrito.
O exame ainda não estava pronto, e a atendente pediu para ela deixar dois telefones de contato. Sem saber como procurar na agenda o nome do filho, alcançou para a atendente o celular.
Sabonete de cachorro
A maior dificuldade está no corredor dos produtos de higiene e limpeza. É o tormento de Maria. Por não saber diferenciar produtos, já comprou condicionador ao invés de xampu. Já levou para casa sabonete para cachorro ao supor que eram para humanos. Só garante que nunca esquece da embalagem do seu sabão em pó favorito:
– Não sei ver estes preços. Não consigo relacionar preços com os produtos. Deixo para comprar quando faço rancho, aí uma das minhas noras me acompanha.
Decoreba para pegar ônibus 

Ao esperar a linha Santa Cecília na Parada 44, Maria admite que o tempo e algumas confusões a forçaram a decorar as palavras Viamão e Bento _ das linhas que passam pela Avenida Bento Gonçalves, em Porto Alegre. Diz ela que "tem muita coisa que se aprende decorando".
Ao longo dos 30 anos em que trabalhou como doméstica, enfrentou alguns apertos por não saber ler. Certa vez, pegou o ônibus que passa pela Bento ao invés da linha que vai até a Avenida Protásio Alves, na Capital:
– Por medo, não perguntei para ninguém onde eu poderia descer. Desci em qualquer lugar e fui a pé até a casa onde trabalhava na época, no Bairro Petrópolis. Cheguei mais de duas horas atrasada – lembra.
Com pouca confiança em si, Maria acredita que já é tarde demais para aprender a ler, mas reconhece que sua vida seria outra se entendesse as palavras:
– Sou uma pessoa que não visita outros lugares e mal conhece a Capital. Deus o livre eu ir a Porto Alegre sozinha.
Sem dinheiro

A confusão que Maria faz com dinheiro a faz acreditar que já foi lograda no comércio.


Antes de ir embora, pretendia sacar dinheiro no caixa 24 horas do supermercado. Como nenhuma das duas atendentes que sempre a ajudam na tarefa estava por lá, deixou para voltar depois.
– Volto com meu filho mais tarde. Sem elas, não saco nada, tenho medo.
"Tu te sentes como uma criança"
Ketlin só sabe escrever o próprio nome

Ketlin Stefani Dias Quadros, 21 anos, tem a letra K tatuada na mão direita. A letra é a inicial também do nome de dois dos três filhos da jovem _ são eles Kevelyn, quatro anos, Kauê, três anos, e Thaylor, um ano _ que mora no Bairro Restinga, na Zona Sul da Capital. Mas a intimidade de Ketlin com o alfabeto para por aí.
Diferentemente dos jovens da sua idade, ela não tem perfil em redes sociais nem fica trocando mensagens pelo celular. Analfabeta, cursou apenas até a segunda série em uma infância tumultuada. Trocava de bairro com uma frequência que dificultava sua permanência no colégio.
– Eu sempre quis estudar, desde criança via outras crianças com mochila e caderno e também queria ter aquilo – reconhece.
Constrangimento

O constrangimento por não saber ler a persegue o tempo todo. No supermercado, conta que as pessoas não entendem quando uma guria que sequer usa óculos precisa de ajuda para "enxergar" o que está nas etiquetas.
– As pessoas ficam me olhando com cara de deboche e perguntando porque eu estou pedindo ajuda. Quando meu filho Kauê esteve internado no Hospital da Puc, eu não saía do quarto porque tinha medo de me perder e de não saber voltar – relata.
A limitação se torna uma barreira até nas atividades mais banais. Na farmácia, não vai sem o marido, o pedreiro André, 30 anos.
Já trabalhou um mês inteiro fazendo limpeza e foi lograda ao receber apenas R$ 50. Sem ter noção do dinheiro, achou que tinha recebido o valor referente ao salário de um mês:
– Tu te sentes como uma criança.
Porém, para Ketlin, 2016 será um ano de mudanças. Como já deixou de amamentar o filho mais novo, pretende se inscrever na Educação de Jovens e Adultos (Eja) e estudar à noite, enquanto o marido fica com os filhos.
– Meu sonho é poder estudar e ser médica, para ajudar quem precisa do Sus – afirma.
Evasão é o maior entrave
O Rio Grande do Sul tem 589 escolas estaduais que oferecem Educação para Jovens e Adultos (Eja), das quais 94 estão localizadas na Capital. O mais importante é garantir a formação continuada dos professores para que eles consigam fazer com que o aluno perceba a importância da alfabetização.
Qualquer aluno pode iniciar a alfabetização do zero nas escolas que possuem Eja. Dependendo da estrutura da escola, as turmas reúnem alunos em diversos níveis. O maior entrave, segundo ela, é a alta evasão: muitos são os que fazem matrícula e depois não aparecem. Muitos alunos têm que trabalhar e não dão conta de estudar ou não têm incentivo da família.

Para esta semana, apenas leia toda a reportagem com atenção e pense em uma outra dificuldade que pode ter uma pessoa que não sabe ler. Descreva essa situação em seu caderno.

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